quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Acalanto para dor






















Hoje guardo os poemas que te fiz
Recolho as rimas, as palavras loucas
Os versos amarrotados, amontôo

Hoje desejo o inexplicável
Acariciar o nada, sentir o vazio
Alhear-me de qualquer lamento

Hoje prefiro a imprecisão, o disfarce
Asfixiem os tolos suspiros e murmúrios
Ou qualquer voz que fale de saudade

Hoje embrulho a ilusão, a espera
Engaveto os delírios e quimeras
Lavo-me dos cheiros das promessas

Hoje não me falem de poesia
Emudeçam o sol, vigiem a lua

Silêncio!! Minha dor quer apenas dormir...

Fernanda Guimarães

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