Adorei teu corpo, Tombei de joelhos. Escostei a fronte, O rosto, em teu ventre. Senti o gosto acre De santidade Do corpo nu. Absorvi a existência, Vi todas as coisas numa coisa só, Compreendi tudo desde o princípio do Mundo.
Sou filho das manhãs como áridos caminhos
mistério ficado celebrando minha velada dor,
estrelas noturnas que choram comigo
no entardecer das sombras, erguidas nos vales
bocas secas de beijos, em friorentos lábios.
Vagueio na sombra, no inexistente caminhar
onde tudo sabe a nudez, nos dias feitos de mentira
num turbilhão para além das auroras cegas,
gemendo como o declínio dos astros, e das marés
olhares ficados em horror, como avermelhados lumes.
Sou espaço feito em musgo seco, no prado árido
ficado nos beirais, onde a saudade fica gemendo
maduras noites, despidas de todas as verdades
madrugadas loucas de paixão, nascidas no tempo...
num abismo que chora magoado como eu.
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