terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Volúpia
























Quinze anos. Mal despontam, insinuantes,
E cobertos de gaze transparente,
Despertando-nos um desejo ardente
Rígidos, seios alvos, tremulantes.


Tem nos olhos um brilho reluzente.
Vendo-os fitos em mim, claros, vibrantes,
Sinto invadir-me as carnes delirantes
A chama da volúpia, de repente.


Ah! se humano olhar a alma devassasse,
Talvez grande castigo me esperasse
Se descendesse de algum tronco régio.


Mas, o desejo da carne não reprime:
Se desejá-la constitui crime
Deixar de desejá-la é um sacrilégio.

Dagmar Pinto

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