domingo, 30 de agosto de 2009

Agua Clara



















Que buscas, água clara dos caminhos.
Se os pesadelos do céu, multiplicados,
Ensangüentam seus dentes, e é teu canto
Nosso único jardim contra a loucura?

Que buscas, água clara dos caminhos,
Com teu fundo sabor de origem fria,
Se, forma sem forma, teu passado negas,
Quando sólidas pedras te geraram?

Que buscas, água clara dos caminhos.
Presa aos ritos da pressa, nos abismos
Onde os mortos turvam teus lençóis de linho?

Que buscas, água clara dos caminhos,
Quando as panteras da noite se conjuram
E dança em ti o luar desatinado?


Claudio Feldman

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